Tarde que sorri
A tarde que sorri fere a minha
alma que poeticamente chora.
Que chora ao lembrar de sua
ausência presente em mim.
Onde meus dias são apenas
o reflexo da solidão que habita
o peito, dilacera o coração
na angústia sentida.
Meus olhos procuram na multidão
seu rosto e nas noites vazias
o corpo que deseja o seu
é apenas a fração do momento
que se esvai continuamente.
Não adiantam as lembranças
tardias que povoam a memória,
pois o tempo não traz você nas
horas que aflitas passeiam
nos ponteiros lentos do relógio.
Quisera nas linhas do papel
registrar o sentimento de
mim estando em você, mas
na realidade que se projeta
ainda sou apenas um
atalho em sua vida querendo
me transformar em um caminho
e tornando-me tão somente
um pequeno esboço nas
linhas frágeis de um desenho.