Poema 0656 - Da solidão
Fechei os espaços vazios do tempo,
apaguei a luz,
perdi a vontade de sonhar,
gritei por um outro amor,
até a solidão se despedir.
Voltei a sentir os lábios,
o gosto adocicado do pecado,
lavei o rosto triste
como se banhasse a alma,
voltei a enxergar amor.
Ainda é madrugada, o sono não vem,
meus pensamentos viajam
a um outro lugar,
meu corpo caminha aos pedaços
em um sonho quase real.
Faz-me ir de volta a vida,
traz o amor,
não importa o tamanho,
mostre-me um céu qualquer
antes que os olhos fechem.
Quero uma luz,
um caminho,
um desejo mesmo que pequeno,
a ilusão de um amanhã
e os pesadelos no ontem.
Não me faça sofrer, peço,
para existir quero amor,
o som do carinho nos ouvidos,
a boca dizendo da paixão,
na memória, um novo começo...
12/04/2006