IMAGENS, IMAGENS, IMAGENS…
De um amor calado
Que demorou demasiado tempo a silenciar
São imagens
Que não leva o tempo
E que comigo hei-de para Sempre levar
Imagens, imagens, imagens
Tuas, e de outros amores
Que para as ver tenho que as focar
Pois estão quase apagadas
Embora seja o tal tempo
Que mas faça guardar
Na minha caixinha invisível de afectos
Que guardo ao pé do meu leito
Bem perto do coração
Para me recordar
De um passado defunto
E de um futuro ainda por deslindar
Na carestia do teu olhar
Dos beijos que ficaram por dar
Num amor devoluto
Que depois de feito
Tivemos a arte suprema
De o desperdiçar
Na chuva mortiça que cai
No sol que teima em não se pôr
No derradeiro
E eternamente adiado poema
Que faço
Para sublimar
Essa absurda dor
Da realidade ter ultrapassado a nossa ficção
E de esses sentires terem ficado
Não terem sido apenas de passagem
Sejam bem vindos ao meu mundo
Composto sobretudo por…
Imagens, imagens, imagens…