TE CONDENO

Te condeno.
Não porque temes se entregar
Porque aceitas refutar
Ainda um pleno e puro amor.

Te condeno sim.
Não porque pões meu amor à prova
aqui a todo momento
Me fazes viajar o pensamento acerca de ti.

Mas te condeno.
Não porque percebo que me amas
Ainda que tolhas-te o direito de fazê-lo
Ainda que eu não entenda tamanho zelo.

Ah! Mas te condeno.
Condeno-te por chegares assim
de mansinho
e levares contigo meu coração.

Mas não te importes
Não o quero de volta
Pois mesmo que eu o quisesse
Ele não mais me pertence
Já te és inerente.

Eu quero mesmo é o seu
Eu quero só voltar a sentir
O seu coração a bater
aqui dentro de mim.

Pensando bem: estás absolvida
por roubares meu coração
pois desse crime pelo qual te julgo
eu sou o juiz, a vítima e o réu

Roubei teu coração pra mim
E então ficamos assim
Enquanto o meu bate aí no teu peito
cá dentro o seu faz guarida à espera
de uma nova primavera
de um amor
assim
perfeito.