EM BUSCA DA RESPOSTA
Quem és tu, vazão da profana inocência mais repleta de sacra malícia?
Quinhão de minhas células em forma de milícia, presente em cada etapa de meu todo?
Será que és meu engodo? Arma de um ímpeto visigodo ou divindade fenícia?
Será miragem tua tamanha delícia ou clímax de meu fantasioso arroubo?
Responde pro meu coração: serás o mito nele edificado?
Desenho irresistível do pecado, sinônimo do prumo ausente?
Amar-te é ter saúde ou estar doente? Teria eu pra teu consumo sido inventado?
Se me desato por ti emaranhado, te sou inanimado ou protagonista decorrente?
Busco o teu decálogo pra ser um vale inundado por protestos de veneração;
Desbravando tua imensidão pra ser capaz de me achar na transgressão de tua lei;
Sou eu teu escravizado rei? És tu o dócil açoite que me flagela pela própria mão?
Diva de pacífica perturbação: como tornaste este grão qual multidão com âmago de grei?
Se eu insisto que te fito até no paradoxo de nunca te mirar;
Responde ao meu agônico indagar, advogando esse teu guerrear contra o pudor;
Tudo que meu ignorar te questionou é sintomática de meu frágil confessar;
Que nem me importo em traduzir teu provocar, posto estar vencido pelo teu amor!