O DEUS DE COISA NENHUMA

Há qualquer coisa no ar

Um todo indizível

No qual me custa crer

Me custa acreditar

E vai…

Vai pela montanha abaixo

Onde calhou nascer

Vai de encontro

A quem menos o espera

Mas não há nada a temer…

Rebola e pula com um vigor inusitado

Rebola e pula

Porque deseja

Estar a vosso lado

Numa portentosa

Confluência de sentidos

Numa convergência

De explícitos afectos

Pois tal como eu

Anseia estar contigo

Para sempre

Ou por uns segundos

Até as estrelas morrerem

Ou a bola de sabão dos teus sonhos

Acabar de rebentar

Ele vem

E podes até

Nenhuma importância lhe dar

Ele vem

Para te maravilhar

Ele vem

Para ficar

O Deus de Coisa Nenhuma

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 08/01/2009
Código do texto: T1373626
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