TUA VERDADE NÃO DÓI

Crave-me nesse madeiro de franqueza destemida;

E que tua verdade me dê guarida, não se importando com meu ego ao relento;

Que jamais seja rebento a cria nada imaculada duma inglória dirimida;

Sem o cuidado prematuro com a ferida, sem o advento apressado do alento!

Tua lição está gritando em minha consciência;

Delineando a incidência, pois o teu foco me contempla com destreza;

Tamanho ineditismo de clareza julgo que me faz toda diferença;

O clínico mirar é a revelação intensa que se dá na lealdade com simpleza!

Quão bom é o conforto do açoite pra esse ser habituado ao que ignora;

Pois não me vens à forra, sequer me atacam teus projéteis pontiagudos;

Meus atentares jamais te serão surdos, por não adorares meu eu que te adora;

Por tua bula que me preceitua o agora, aplaudo teus ataques com veludos!

Futuramente espero conseguir falar à altura desse teu valor;

Com todo aparato e fervor que te merece a missão dessa retórica;

Alvo sou de tanta falácia folclórica, que sinto o engano a propor meu desfavor;

Mas tua coragem de fazer sangrar a minha dor, já se tornou a minha cura mais histórica!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 07/01/2009
Reeditado em 07/01/2009
Código do texto: T1372217
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