Passageiro da ilusão

Confessara que no inicio tudo tinha sido muito difícil,
Mas que com o tempo familiarizara-se às situações
E pouco a pouco as dificuldades foram se resolvendo.

Precisava de pedreiro, chamava o pedreiro, do antenista
Chamava o antenista, do técnico chamava o técnico,
Da justiça acionava o juiz, da verdade a lei e do coveiro
Espantava a morte. Na verdade não precisava de nada
Tinha a vida como prêmio que a natureza o oferecia.

E o trem da esperança rangia nos trilhos há muitas léguas
De distância, mas nem só a bonança trazia, nos degraus
Empoeirados, taciturno e calado tudo ouvia. Vislumbrava
A paisagem, sentindo a fria aragem que a ressaca do mar
Trazia, descia, sentava na areia, o sangue se acalmava
Nas veias, era nada, resumindo, só uma grande fantasia.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 07/01/2009
Reeditado em 08/01/2009
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