Amor Platônico
 
Guardo no sacrário da mente
um segredo num canto escondido:
um amor não-acontecido.
 
Fui pusilânime e ausente.
Não lutei. Por mais que o prezasse,
permiti que a vida o levasse.
 
Busco resposta condizente.
Sou cativa em meu interior,
em um coração sofredor.
 
O espelho, lamentavelmente,
reflete um rosto conturbado
com a lembrança do passado.
 
Uma réstia de luz ardente
aquece nesta noite fria
de solidão a melancolia.
 
Uma lágrima comovente
escorre a saudade impulsiva,
retida na alma compassiva.