Poema 0652 - Decisão
Decido quando voltar e apagar o passado,
como fechar e abrir as portas, quando desejar,
posso ser eu mais um pouco,
não quero lembranças, mesmo as boas,
quero amar o hoje que encontrei no canto do coração.
Poderia hoje falar de outro dia, outros olhos,
das mãos que acariciaram meu rosto,
da boca, do beijo que entorpeceu o corpo,
do passo que dei depois que a noite foi embora
ou do espelho da vida que aprendi a olhar de frente.
Quero o perfume da rosa em seu corpo de mulher,
a lágrima brotando nos olhos de felicidade,
como flor, enfeitando a noite da minha cama,
deixando as ausências longe dos corpos amantes
e quando amanhecer que não tenha despedidas...
Decido quando amanhecer noutro corpo, desde que seja o seu,
preciso repartir este tanto de amor que tenho,
mesclar minha alma com uma forte, amante e inteira,
deixar minha paixão sem juízo abusar deste seu corpo,
desembrulhar sua nudez, sua vida e ir até mais perto.
Encontro um milagre a cada distancia que percorro,
nenhum adeus pronto, as mãos parecem seguras as outras,
guardamos os sentimentos em um canto secreto,
separamos as palavras na boca antes de pronuncia-las,
falamos de amor, apenas um, este que temos.
Sinto que meu destino me chama para vida,
não reservei nenhum sentimento para depois,
decidi que não decido quando amar, quando me apaixonar,
que não viverei de sonhos, que farei realidade meus desejos,
decido que preciso decidir a ser feliz, hoje e sempre.
10/04/2006