Medo!
Não sei como dizer-te
o que sinto,
se não posso explicar,
nem a mim mesma;
porém devo fazê-lo,
pois já é tempo
de confessar-te meu medo
a estar contigo.
Medo de prender-te
e temor a estar presa,
compartilhando
de projetos diferentes;
talvez engano,
pensando estar apaixonada,
prometendo-te
um futuro displicente.
Temor a estar contigo,
de outro modo,
que vá mais além
do que amizade;
quero ser livre,
e temo, sobretudo,
fazer-te prisioneiro
de minha liberdade,
esta é a verdade.
Não quero criar-te
desconcertos,
nem prometer-te
futuro tão incerto,
como incerta é
minha realidade;
pois hoje estou aqui,
porém até há pouco
não estava,
e ao acordares,
nunca saberás
se voltei neste momento,
ou se por acaso,
estou a ponto de partir...