Herói do medo
Olho você quando não me vê
Um riso bobo me rouba a face
Diluindo minha vontade de chorar
Tendo disfarçar inutilmente
Todos já sabem que me faz sorrir
Mas minha dor essa eu sei agüentar
Não posso fraquejar diante de ti
Sigo sufocado pelo vácuo
Meu corpo vive, mas minha alma morre
Não é de ar que ela precisa
Muito mais cruel é sua sentença
Respira agonizante o fino ar que é amar
E ser ignorado
Desconheço o fato da minha finitude
E como se não fosse ser varrido pelo tempo
Te dedico todo o tempo, amor e carinho
Faço-te um agrado, um mimo
Só para ver se te ganho um sorriso
Um segundo de completude
Derrota toda uma eternidade
Desconcertante é ter a consciência clara
Que para te dar a flor mais rara
Ter o meu direito de ser o seu eleito
Eu não descanso o passo
Não por uma coragem desmedida
Mas por um intenso medo
Da dor de te perder sem ter ao menos
Uma vez ser um alguém
Ama, mas é amado.