Há dias e dias na vida...
Candy
Às vezes, desponta um dia calmo, sereno, cheio de paz.
Estamos felizes, tranquilos, sorrindo à toa.
Eis que de repente, um vento impetuoso sopra, desmoronando tudo.
O nosso mar, antes pacífico, se acorda.
Agita-se. E somos, profundamente, sacudidos pelas ondas.
Parece que tudo acabou, de uma hora para outra.
É o fim. A paz nos foge. A paz se distancia.
E ficamos com medo.
Perdemos a coragem de prosseguir, a coragem de ir até o fundo,
porque ir ao fundo é chegar ao fim.
Todo mundo teme o final.
Os últimos redutos assustam.
Ninguém gosta de conhecer o desencanto...
O escuro assusta. A tempestade apavora.
E a gente prefere permanecer à tona, na superfície,
já que aprofundar nos amedronta.
No entanto, como é pontilhada de contradições a vida!
Quem é que entenderia de luz, se não tivesse conhecido as trevas?
Até as tempestades encerram beleza.
Nós é que permanecemos cegos, surdos, insensíveis.
É em meio às tempestades que se oculta a bonança.
O sol desponta, quando a escuridão se despede.
Às vezes, para ver mais claro, é preciso fechar os olhos, por alguns momentos...
A bonança é a rosa que alegra os olhos do coração.
Seus espinhos são as tempestades.
É conhecendo também os desencantos que os olhos do coração
aprendem a ver mais longe,
a descobrir o branco que o preto da vida torna mais belo.
O preto e o branco do cotidiano.
O preto e o branco na tela da vida.
Cada um de nós tem o seu lado de trevas.
Como pano de fundo, lembrando as paisagens, as trevas realçam o brilho da luz!
Candy Saad