POETA COXO

"...Sou as cinzas de Antonio Conselheiro, a cabeça de Lampião exposta aos abutres da oligarquia brasileira, sou a sombra dos negros nas senzalas, o estômago vazio dos severinos, o canto calado de RAUL SEIXAS, coberto pelo manto profano de Bispo do Rosário..."

POETA COXO

Um homem atravessava a rua

Fisionomia amargurada

Sua abaladas neuras sexuais

Seu "oculum" embaçado

Embaçava o seu olhar

Uma perna direita

Denunciando sua direção

Olhava

Não via nada ao seu redor

Que não fosse a sua ânsia de se ver

Sua bengala, seu olho

Sustentando seu ser

Desgastada calvície

Alcançando a vanguarda da rua

Buscando razão de viver

Natureza que marca tal homem

Para que os homens não o esqueçam jamais

Ou o ignore para sempre

Eis o poeta coxo!!!

Poema (quase anônimo) escrito acredito eu por CHACAL KM 18,JORGE e VÂNIA, e dedicado à este militante da Poesia.