O CAÇADOR DAS AREIAS
Em dia de verão e com impublicável pretensão, o predador do litoral sai novamente pra caçar;
Se a maioria admiraria o mar, ele, por sinal, adere a outras paisagens;
Suas viagens começam nos olhares e se perdem pelos ares antes mesmo de pousar;
E após mais uma diva lhe realizar, regressa para casa, cheio de lembranças e vantagens!
Mas como o mel que adoça a boca constrói o vício da doçura;
Logo se repete a aventura e às areias causticantes ele retorna;
Sem pudores na cartola, sua magia se conforma aos truques da loucura;
Desejos renovados sob fervura, uma nova musa e repete-se a mesma história!
Até que certa feita, uma sereia mitológica achou por bem ali surgir;
E acreditar mal pode conseguir o deslumbrado caçador;
Acostumado a conquistar lhe abordou, mas experimentou o seu primeiro sucumbir;
Ela se foi e ele ficou ali, vendo partir a única que ao seu veneno rejeitou!
"O pior dia na vida de um caçador é quando ele vira caça desprezada"