A PRINCESA ESFARRAPADA
Ah! mulher-menina!
Esfarrapada, vestida ou pelada
Princesa de rua,
Encantada das MATAS,
Rainha sem REI,
Yara sem RIO,
Diva de todos os corações
Uma agonia...
Uma pertubação...
Uma contradição, sempre...
Figura graciosa e magistral
Só acha graça em quem tem graça
Os tais “normais” não...
Pois não se contradizem, têm uma explicação para tudo
A razão algumas vezes tem que ficar de lado
Sinta o pulsar do coração e,
Se muro tiver que pular...
Ah! Menina-mulher
Só o fato de me contar as tuas aventuras
Vejo-te; te enxergo; te sinto e te classifico -
Tu és normal por ser louca, inquieta, ansiosa.
És louca por ser límpida, sentimental, transparente, sensual.
Uma doidivana sob a ótica podre social,
Uma santa de fio dental.
Louca, louca, louca social.
Uma doida normal.
És a minha princesinha...
Princesa da rua da minha existencia,
O botão que abre as ondas dos meus devaneios
E me faz zunir nas altas frequências do seu amor
Então princesa de rua,
És deusa ou demônio?
Não importa...
Pois sei que não és
A dama do podre salão social,
Quando os dentes do teu sorriso
Aparecem são verdadeiros,
São os mesmos que anunciam raiva e desprezo
És doce e ácida quando necessário.
Quando acredita no amor, se atira,
Esquece-se de lembrar quem é, saltita e se transforma
Numa mistura de menina-mulher-fêmea
Não é passível, mas sim persistente.
Encanta-se com sorrisos espontâneos e olhares!
Ah, olhares, como gosta deles...
Vive intensamente, pois o seu lema é:
Viver direito, com conteúdo.
Quando não dá muda o verbo, troca à frase.