Nós sempre amamos...

Nós sempre amamos...
Mas quando abrimos nossos corpos,
feito portos,
para o ancorar do barco que traz nosso amado,
estamos nos abrindo, corpo, mente e alma,
para o plantio do Senhor!
Somos a terra do Senhor, sua seara!
E o barqueiro recêm chegado,
abrindo as nossas carnes,
fincando profundo em nós seu cajado,
fende nosso corpo,
plantando em nós suas sementes...
Somos assim apenas amor, nunca pecado!
Nos sempre amamos,
Mas quando nossos corpos se veêm preenchidos,
pelo sopro divino,
pela forja rija do amado, ajudado,
amamos mais...
Muito mais amamos aos seres já antes amados!
Mas e a semente!?
A semente é completamente mistério,
somente sonho é a semente!
Amamos sem distinção entre menina ou menino!
Amamos simplesmente!
Ternamente, eternamente!
E assim colocamos no mundo, uma parte de nós...
A mãe docemente então embala,
em seus braços ternos,
o ser que sem futuro certo, decerto será de glória!
O pai, as vezes esquivo,- Talvez de medo, decerto de orgulho,
tem no rebento o objetivo de realizar-se...
E que tenha em sua casa o varão,
aquele que seguindo seus passos
leve o seu passo alêm fronteiras...
Onde ele mesmo nunca iria!
Menino ou menina
que importa naquela hora,
onde a criança chora!
Onde a criança sorri!
Onde aquele par de olhos se abrem á luz...
Que é por fim a própria luz agora!
O fruto do amor, de amar
é todo expectativa,
mistério que aos poucos se descortina,
ante o passar tempo!
E o tempo passará,
feito as águas dos rios, a procura do mar...
E os filhos, são o nosso oceano,
onde um dia outros barcos irão navegar! 

Edvaldo Rosa
10/04/2006