FLORBELA E EU...

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior

Do que os homens! Morder como quem beija!

É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor

E não saber sequer que se deseja!

É ter cá dentro um astro que flameja,

É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!

Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...

É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...

É seres alma, e sangue, e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Spanca

*Neste poema, Florbela Espanca, realça bem a "exaltação dos sentimentos dos poetas". O poeta é extremo, é flor da pele, é sensibilidade, é verdade pintada em abstrato, é loucura ,

é anonimato, um Ser capaz de morrer e viver mil vezes

em nome do que ele acredita ser Amor!!!