O ESPELHO TRINCADO DE NARCISO
Nos limites exteriores da matéria
que constitui este corpo
no feitio que figura o molde
me formo de novo, reconstruí-me.
Corrijo, reemendo, aprimoro até melhorar.
Uma figura disforme me surge.
Separa e nega a forma inicial.
Deforma a alterada forma que se escapa e reforma
esvaída de si aprumada transformada
em uma nova figura agora oca tosca,
transfigurada metamorfoseada para conciliar
a harmonizada forma que conforma, re aprimora, amolda,
acomoda no adequado molde que novamente a imagem busca resignar-se
para corresponder a atual moldura que te
comunica ao querer participar dos limites interiores
da estabelecida forma casual que se desloca a direita
da posição original e decrescente vai crescente horizontal
correspondendo no invertido jogo do reflexo no espelho posto
sobre um eixo longitude do corpo incorruptível
emendado deveras esquecido e que torna-se disforme
desconforme a forma primal rotulada com o comum estabelecido
e agora no novo molde se transfigurada de dentro para fora
deixando as promessas para trás da forma habitual.