O ESPELHO TRINCADO DE NARCISO

Nos limites exteriores da matéria

que constitui este corpo

no feitio que figura o molde

me formo de novo, reconstruí-me.

Corrijo, reemendo, aprimoro até melhorar.

Uma figura disforme me surge.

Separa e nega a forma inicial.

Deforma a alterada forma que se escapa e reforma

esvaída de si aprumada transformada

em uma nova figura agora oca tosca,

transfigurada metamorfoseada para conciliar

a harmonizada forma que conforma, re aprimora, amolda,

acomoda no adequado molde que novamente a imagem busca resignar-se

para corresponder a atual moldura que te

comunica ao querer participar dos limites interiores

da estabelecida forma casual que se desloca a direita

da posição original e decrescente vai crescente horizontal

correspondendo no invertido jogo do reflexo no espelho posto

sobre um eixo longitude do corpo incorruptível

emendado deveras esquecido e que torna-se disforme

desconforme a forma primal rotulada com o comum estabelecido

e agora no novo molde se transfigurada de dentro para fora

deixando as promessas para trás da forma habitual.

SB Sousa
Enviado por SB Sousa em 05/01/2009
Código do texto: T1368039
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