MARIA

Não reclames, oh! Maria

Não és tão infortunada!

Tens o sol do meio dia

Que a mantém sempre dourada.

Nossa roça tem fartura...

Nossas mãos são calejadas,

Mas a tua formosura

Independe ser cuidada.

Tudo em ti é natural,

Tudo! E por Deus, que sorte,

Nesse mundo virtual

Em que enfeitam até a morte,

Não se sabe que é quem!

Não podemos confiar

Na aparência... de ninguém

Sem a noite terminar.

Mas você é diferente,

Mais bonita é impossível!

És tão bela e atraente

Quanto meiga e sensível.

Teu sorriso imaculado...

Teus cabelos de molinha

Não são vistos adornados

Com batom ou com chapinha.

Oh! Morena sertaneja,

Oh! Cabocla do sertão,

Em tua boca... Ninguém beija

Porque é meu o teu coração.

Já me basta àquela lua,

Já que a tenho lindamente

Minha vida é só tua

E hei de amá-la eternamente.