O PRIMEIRO BANHO DO ANO NOVO

Hoje lancei à água o meu corpo ainda com os suores do Ano Velho

Com um sabonete cheiroso e anti-bacteriano.

Deslizei-o por dentre os pelos do peito molhado

Marcado pelas tuas unhas e beijos avermelhados

Esqueci o Ano Passado e as agruras daquela Caminhada.

Mas foi um Amor dilacerante, de sentido dúbio.

Que se creditou no sexo e na volúpia dos sentidos

Ele podia adentrar ao Ano Novo e ser fortificar nos desejos proibidos

Mas tornaria nossa Vida refém de dois corpos sem alma.

Muitos Amores foram lançados ao ralo no ano passado

E Eu os via naufragando em redemoinhos nos meus lençóis

Olhei no espelho do quarto e ali não percebia que faltava algo

Pensei, se o sexo me preencheu tanto que mais me faltará, e chorei.

O coração se agita, reclama, se enfurece, entristece.

Mas o corpo impassível representa profissionalmente,

Um trágico teatro que é a Vida.

Encobre dores que no peito se acumulam,

Ausências que nunca mais serão preenchidas.

Mas o meu coração não perde a esperança

Pois é ele que me mostrará um Amor verdadeiro

A Vida me trouxe o Desejo e o Amor para se complementarem

Seguirei pela trilha até encontrar o Caminho

Que seja antes na Vida do que na Morte.

Robertson
Enviado por Robertson em 03/01/2009
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