O JULGAMENTO DO DESTINO
Ela é embaixatriz da geração "ficar", ele é ministro da carência sonhadora;
Uma pétala recentemente nascedoura e um espírito já perfurado por espinhos;
Enquanto sonha ela com futuros caminhos, ele já discerne a vereda vindoura;
Ele a contempla como ilusão redentora, ela mal sabe o valor simbólico de seus carinhos!
Nele os brancos fios, por longa estrada e por heranças;
Ela que há pouco foi criança, multicolore seus cabelos e seus dias;
Ele busca um porto para suas agonias, ela é mar de esperanças;
Um é açoitado por inseguranças, outra é despretensão nas cercanias!
Se a disparidade por conta da idade promove algo de paternidade;
Ela ignora a sociedade e se entrega sem pedir que a lógica algo explique;
Ele avista um óbvio limite, ela avança as fronteiras da impulsividade;
Ambos numa mesma realidade, mas ela é inundação, enquanto ele é dique!
Se a solidão não vale a pena mesmo quando se encena em braços discrepantes;
Só saberão os viajantes, que ao fogo se dão de uma paixão que não se meça;
Se ele esgota e ela não cessa, que à paixão então peça combustíveis pujantes;
E o destino julgue esses instantes, pra quiçá um caminho traçar, o qual não lhes impeça!