O JULGAMENTO DO DESTINO

Ela é embaixatriz da geração "ficar", ele é ministro da carência sonhadora;

Uma pétala recentemente nascedoura e um espírito já perfurado por espinhos;

Enquanto sonha ela com futuros caminhos, ele já discerne a vereda vindoura;

Ele a contempla como ilusão redentora, ela mal sabe o valor simbólico de seus carinhos!

Nele os brancos fios, por longa estrada e por heranças;

Ela que há pouco foi criança, multicolore seus cabelos e seus dias;

Ele busca um porto para suas agonias, ela é mar de esperanças;

Um é açoitado por inseguranças, outra é despretensão nas cercanias!

Se a disparidade por conta da idade promove algo de paternidade;

Ela ignora a sociedade e se entrega sem pedir que a lógica algo explique;

Ele avista um óbvio limite, ela avança as fronteiras da impulsividade;

Ambos numa mesma realidade, mas ela é inundação, enquanto ele é dique!

Se a solidão não vale a pena mesmo quando se encena em braços discrepantes;

Só saberão os viajantes, que ao fogo se dão de uma paixão que não se meça;

Se ele esgota e ela não cessa, que à paixão então peça combustíveis pujantes;

E o destino julgue esses instantes, pra quiçá um caminho traçar, o qual não lhes impeça!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/01/2009
Código do texto: T1365700
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