FOLHA
FOLHA
Da vida mar-rosa
foi arrancada
Do palácio
Jardim das delícias
Jogada ao mundo
Flutua verde
Nos campos minados
salta, anda
Voa pelas montanhas dos corpos
E contente salva
Desce pelas dunas do saber
Outonos... ocre cor
Paira nas multidões
Pássaros sem asas
Solitárias lágrimas
Corre ao vento
Com medrosas amigas
no chão, no chão
Foge... foge...
No adeus das esquinas
das cidades
Psique acaricia vontades
Cai e chora
Nos invernos
Triste
Amarela vagueia
Toca a primavera, a última
Sustenta Eros, o homem
Que rebrota, floresce
Volta cor, brilha verde
Num possível caule
Desgruda da despetalada
Rosa... Ah! Rosa... Ah! Eros...
Espinho alheio fere.
Arrefece, desfalece
Vai, vai...
Sozinha ao sol
Entre o sal do mar
E pedras geladas
Nas gotas de chuva
E no verão
Verões, veranicos
É ainda bonita
Vence viva
Vermelha, corada
Ao pensar no encontrar
Seivas de amar
Um olhar
De flor
E adormece sonha
flutua plana...
caminha
Ela é Folha
Camaleoa...
Bela
Ela é
A extraordinária...
Extraordinária
cintia thome
.
****EROS E PSIQUE
Os deuses da mitologia grega costumam ter dois nomes, um grego e outro romano. Assim, Eros é o nome grego do Cupido e sua tradução para o português é Amor. Palavras com erótico e erotismo vem daí. Psiquê só tem esse nome que, em grego, significa alma. Psíquico, psiquiatria e psicologia nasceram dessa raiz. O mito de Eros e Psiquê é a história da ligação entre o amor e a alma.
Mas existe o Inferno e lá o Monstro...
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