Tempo de Amar
É tempo de ouvir o canto
Na voz nua da musa,
A musa de feérico efeito
Que a um estilo recusa
A musa da luz divina
Que mais encanta que tece
A moderna teia que ensina
E ao mesmo tempo empobrece
Não vale
A escola que mutila
E deixa o poeta perverso
Criar a antilira!
Criar o antiverso!
Não vale a flor sem cheiro
Fabricado no suor da labuta
Vale a que um sem dinheiro
Num improviso amputa.
Vale simplesmente o amor
Tal e como concebido
O coração de uma certa flor
Na seta de um tal cupido.