IMORTAL

Cala com mordaça essa vanglória pretensiosa

Que torna ainda mais audaciosa tamanha mágoa esmagada por fascinação

Porque as marcas de nossa paixão com a remoção não admitem prosa

É espinho vizinho de rosas - é árvore frondosa podada pela contradição!

Após nosso universo dissolvido até o mundo reunido será taça cheia de solidão

Não há de te tocar a outra mão, de modo igual ao jeito que te visitei

Não é suposição o que já sei, se nem falei mas testifica o coração

Não fui teu episódio vão - mas vulto de eterna aparição, eu me tornei!

Nem mesmo o mel vai adoçar tua saliva amarga e desprovida de mim

Beijar-te assim como o nadar nas tâmaras, somente esse que já não te beija mais

E outro porto não te trará a mesma paz, se jaz numa estrada sem fim

Onde teu eu repousa em mim, onde teu ódio me mata e teu amor me refaz!

Lá pelas tantas da ilusão, tu vais buscar outro endereço

Querendo subornar o que não tem preço, anelando amor maior

Às custas de teu sangue e suor, achando o que há o certo pelo avesso

Porque somente eu te mereço e o teu fim sem mim, é frio e só!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 31/12/2008
Reeditado em 14/01/2012
Código do texto: T1361690
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