Último poema

Tem um mundo de pessoas lá fora e eu me

sinto sozinha nesse mesmo mundo.

Tem o sol e a alegria perdida

em algum lugar.

Eu queria voltar no tempo, não abrir a porta

naquele domingo, esquecer as

palavras ouvidas na madrugada.

Mas o que me resta é apenas

o vazio denunciado pelas lágrimas

que molham o meu rosto.

Não vejo a poesia do dia, apenas a

mágoa que penetra insana a minha alma.

E eu não posso gritar.

O grito morreu em minha garganta,

na dor do punhal cravado na alma.

E agora?

O que faço dos planos, dos sonhos,

dos desejos estilhaçados?

Agora eu queria apenas ser outra

pessoa, estar em outro lugar,

viver outra vida.

Quisera tanto e agora nada tenho.

Não sei o que faço do poema

que se perdeu em seu

último abraço.

Procuro justificativas para o

que não sei.

A felicidade da manhã que foi

rompida ao anoitecer de

um dia infeliz.

Não posso reagir...

Não agora, nesse momento.

E que Deus me perdoe por essa

fraqueza que molha os meus

olhos e tinge de

tristeza a minha vida.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 31/12/2008
Código do texto: T1361197
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