AS LÁGRIMAS DE TRÓIA -Manifesto contra todas as guerras-
Tróia terá sido uma das primeiras vitimas de uma nova forma de fazer guerra, a guerra do extermínio que infelizmente teve seguidores até aos nossos dias, infeliz erva daninha que teima em não desaparecer da face de uma humanidade, cujo futuro se adivinha promissor, visão turvada pelos piores instintos aliados a uma ciência notavelmente perigosa e tremendamente dualista, capaz de proximamente colocar um homem em Marte e, quem sabe, mais longe, mas também capaz de a levar ao seu próprio extermínio, absurda auto-destruição…
AS LÁGRIMAS DE TRÓIA
-Manifesto contra todas as guerras-
Meu amor
Jurei proteger-te para sempre
Mas como te posso proteger
Das lágrimas de chumbo
Que tornam o abrigo do meu colo
Apenas
Uma coisa meramente
Aparente?
As lágrimas de Tróia
Como posso eu
Que acredites
Que não vai haver mais guerras
Que nada tens a temer
Pois não sou eu
Que escrevo a história de sangue
Da humanidade
E sou eu
Que ma recuso a viver?
Como posso eu
Querer ter filhos contigo
E envelhecer
Ao vê-los a crescer
Tendo um terrível medo
De viver
Para os ver morrer?
Debaixo de um átomo que cresceu demais
Debaixo de um muro
Cadáveres frutos de uma guerra
Que eu julgava nunca a viver, jamais?
Como posso eu
Escrever poemas de amor
E de pura felicidade
Ao saber
Que por vezes o real rosto e almas humanas
São da mais pura fealdade?
Como posso eu
Sonhar com a nossa glória
Enquanto te tento
Meu Amor
Tapar-te com infinita ternura
Os olhos
Para que não vejas
As lágrimas de Tróia?