AS LÁGRIMAS DE TRÓIA -Manifesto contra todas as guerras-

Tróia terá sido uma das primeiras vitimas de uma nova forma de fazer guerra, a guerra do extermínio que infelizmente teve seguidores até aos nossos dias, infeliz erva daninha que teima em não desaparecer da face de uma humanidade, cujo futuro se adivinha promissor, visão turvada pelos piores instintos aliados a uma ciência notavelmente perigosa e tremendamente dualista, capaz de proximamente colocar um homem em Marte e, quem sabe, mais longe, mas também capaz de a levar ao seu próprio extermínio, absurda auto-destruição…

AS LÁGRIMAS DE TRÓIA

-Manifesto contra todas as guerras-

Meu amor

Jurei proteger-te para sempre

Mas como te posso proteger

Das lágrimas de chumbo

Que tornam o abrigo do meu colo

Apenas

Uma coisa meramente

Aparente?

As lágrimas de Tróia

Como posso eu

Que acredites

Que não vai haver mais guerras

Que nada tens a temer

Pois não sou eu

Que escrevo a história de sangue

Da humanidade

E sou eu

Que ma recuso a viver?

Como posso eu

Querer ter filhos contigo

E envelhecer

Ao vê-los a crescer

Tendo um terrível medo

De viver

Para os ver morrer?

Debaixo de um átomo que cresceu demais

Debaixo de um muro

Cadáveres frutos de uma guerra

Que eu julgava nunca a viver, jamais?

Como posso eu

Escrever poemas de amor

E de pura felicidade

Ao saber

Que por vezes o real rosto e almas humanas

São da mais pura fealdade?

Como posso eu

Sonhar com a nossa glória

Enquanto te tento

Meu Amor

Tapar-te com infinita ternura

Os olhos

Para que não vejas

As lágrimas de Tróia?

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 30/12/2008
Código do texto: T1360443
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.