O FLERTE DAS ÉPOCAS

Quando a triste história não se gloria do estrelato do Passado;

Fica o implícito desacato na trajetória de infindas vias dolorosas;

A sequidão reinante em pétalas de rosas, o destino furioso e ingrato;

A fome de amor deitada ao prato, as linhas do horizonte indiferentes e jocosas!

Mas se a pretérita despretensão esbarra com as lábias do Presente;

Culmina um enredo mui diferente, estréia um espetáculo de esplendor;

Bálsamos aos mares desabam sobre a dor, aplaude-se o tempo recorrente;

Fartos banquetes desfilam lindamente, pétalas se hospedam nos jardins do amor!

Então emerge das entranhas temporais o clamor de um quarto escuro;

Que chega aos ouvidos do Futuro, ainda sob o leito da imprecisão;

Se duas dimensões traspassam um coração, brados do impossível fingem ser sussurro;

Quebra-se o invólucro das eras pelo murro, que nos desfere o medo burro da solidão!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 30/12/2008
Reeditado em 12/01/2009
Código do texto: T1360345
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