O FLERTE DAS ÉPOCAS
Quando a triste história não se gloria do estrelato do Passado;
Fica o implícito desacato na trajetória de infindas vias dolorosas;
A sequidão reinante em pétalas de rosas, o destino furioso e ingrato;
A fome de amor deitada ao prato, as linhas do horizonte indiferentes e jocosas!
Mas se a pretérita despretensão esbarra com as lábias do Presente;
Culmina um enredo mui diferente, estréia um espetáculo de esplendor;
Bálsamos aos mares desabam sobre a dor, aplaude-se o tempo recorrente;
Fartos banquetes desfilam lindamente, pétalas se hospedam nos jardins do amor!
Então emerge das entranhas temporais o clamor de um quarto escuro;
Que chega aos ouvidos do Futuro, ainda sob o leito da imprecisão;
Se duas dimensões traspassam um coração, brados do impossível fingem ser sussurro;
Quebra-se o invólucro das eras pelo murro, que nos desfere o medo burro da solidão!