Versos no silêncio da noite
Faço versos no silêncio da noite
que há em mim, e que
descortina as palavras feito
o romper da aurora que
sempre vejo.
É na madrugada da chuva
fria, que cai lá fora, que
meus versos são tecidos.
Nos fios dispersos da paixão
que se perdeu na
confusão do teu cotidiano.
E o fio que tece esse
discurso de paixão e poesia
está impregnado da saudade
que ainda dói em mim.
Tu sempre saberás quais
os versos fiz pra ti, mesmo sem
lê-los no calor da escrita,
no instante em que afloram
de mim, inesperados, sofridos.
Cada verso que nasce da dor
de tua partida reflete de
mim a alma que chora, o
corpo que ainda sente a
ausência do teu e de algo
que não mais terá.
Faço versos como quem
procura o antídoto para o
veneno que inoculaste em
minha poesia.
Mesmo assim, ainda
faço versos para ti.