A MAÇÃ E A SERPENTE

Prendes junto a teu seio,
A maçã rubra do amor.
Nesta hora que prenuncia,
A última escalada que sacia,
O teu desejo que se abre em flor,
E do qual não tens receio...

Nos teus lábios vermelhos,
Mostras a volúpia que te alimenta,
No sincretismo difuso do luar,
Buscando na ânsia de amar,
Una sensação que experimenta,
Quando dobras os teus joelhos...

Aproximas da fruta a serpente,
A qual não reluta em oferecer,
De bom grado sua ajuda maliciosa.
Mas tu que és a mulher venturosa,
Embora tremas em busca do prazer
Mantém-se agora, indiferente...

Marco Orsi