CARTA EM VERSOS

Esta carta te envio mesmo sendo em versos

Abre mais a mente pra falar contigo

Mesmo sendo vitima de alguns castigos

Procuro meios de encontrar os seus reversos,

Deixa-me escrever com toda liberdade

Usando estrofes que sejam as mais diversas

Sejam duplas, terças, quartas ou oitavas.

Dão-me liberdade de escrever às pressas

O que me achar ser necessidade

Transmitir através delas minhas mágoas

Fugindo das regras de versificação e métrica.

Foste o primeiro amor da minha vida,

Também ao mesmo tempo primeira namorada.

Embora uma canção diga em sua lírica

De encontro a ela fugi da expressão dita:

“Nem sempre o primeiro amor é a primeira namorada”.

Foste primeira em tudo em minha vida.

Jamais saíste do meu inconsciente

Mas, sendo a vida, algo incoerente.

Misteriosos são os seus caminhos.

Pois, nesta vida, nem sempre o que queremos.

Às vezes escondidos em fundos escaninhos.

Fazemos muitas vezes o que não escolhemos

Ao caminhar no tempo longa ou curta avenida.

Sumiste de mim naquela vez primeira.

Domingo, que jamais esqueci em minha vida,

Mesmo sofrendo após muitos dias

Por não saber a razão dessa partida.

Encontrei-te depois em lance bem ligeiro

E não buscamos sequer uma maneira

De nos encontrarmos pelo menos as escondidas.

Como era belo aquele nosso amor

Não só platônico também inocente e pueril

O sentimento nobre que em nós surgia

Impercebível passou por nossa pureza,

Só bem depois se apresentaria

Como a grande perda que a ingenuidade nos daria.

Palmilhamos caminhos diversos em nossas vidas,

“Amores” novos surgiram em novas avenidas.

Não apenas como monstros falaciosos,

Enganadores, cheios de perfídias

Adormeceram com fortes doses de curare

Ao cataléptico estado o nobre amor de nossas vidas.

O inconsciente molestado o escondia

Passaram os anos, imobilizado em agonia

Ora despertava num lampejo, mas não conseguia.

A nos mostrar sua força enfraquecida,

Até que um dia despertada ela seria.

Invadindo-nos com todo seu fulgor

Cada partícula em nosso corpo com lucidez e brilho

Explodiram como vulcão adormecido

Numa grande erupção em todo seu estilo.

Um burburinho de doces sentimentos nos preenchiam

Lavas de magma em natural fusão se espalhavam

Queimando nossos corações adormecidos

Essa torrente, essa enxurrada em nós lembrava

As nossas emoções há muito adormecidas.

Infelizmente tudo que acontece nesta vida

Não é pra sempre em sua travessia,

As fortes emoções que nos uniam

Encontraram acidentes no caminho.

As lavas quentes que acordaram nosso sonho

Solidificaram-se com os empecilhos do caminho

Esfriaram, endureceram, nos aprisionaram,

Separados um do outro, bem distantes.

Mas eu te juro, que por nenhum instante.

Esquecerei do nosso puro sentimento

Amar-te-ei pra sempre eterna amada minha

Até o último suspiro que mantém a minha vida.

28.12.2008

Tadeu Costa
Enviado por Tadeu Costa em 28/12/2008
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