Retorno
A alma que dilacera o peito
novamente repousa na dor
do sentimento.
Faz da emoção o relicário
onde repousam fragmentos do
que sinto, das lágrimas que
percorrem o rosto, da
lembrança do que já não tenho.
No silêncio da tarde que se
esvai, no chegar das horas
mortas que anunciam sua
partida traduzo nessas
palavras a saudade
que se anuncia.
Recomeço de onde a dor
outrora me deixou, nas linhas do
tempo não meu, apenas seu.
Na vertente do segredo
que guardo encontro seus
olhos docemente, um aperto
de mão, um beijo que
nela repousou melifluamente.
É na cadência que pulsa
em meu peito que vejo
quão longe de mim você
está e uma vez mais
mergulho em um mar de
onde não há retorno,
apenas partida.