Retorno

A alma que dilacera o peito

novamente repousa na dor

do sentimento.

Faz da emoção o relicário

onde repousam fragmentos do

que sinto, das lágrimas que

percorrem o rosto, da

lembrança do que já não tenho.

No silêncio da tarde que se

esvai, no chegar das horas

mortas que anunciam sua

partida traduzo nessas

palavras a saudade

que se anuncia.

Recomeço de onde a dor

outrora me deixou, nas linhas do

tempo não meu, apenas seu.

Na vertente do segredo

que guardo encontro seus

olhos docemente, um aperto

de mão, um beijo que

nela repousou melifluamente.

É na cadência que pulsa

em meu peito que vejo

quão longe de mim você

está e uma vez mais

mergulho em um mar de

onde não há retorno,

apenas partida.

Rita Venâncio
Enviado por Rita Venâncio em 28/12/2008
Código do texto: T1356744
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