Fonte Eterna de Doçura
O canto que agora entôo
Ascende ao sabor do vento
Acende apraz sentimento
Perante o sublime vôo
Toca doce em teus ouvidos
Címbalo de amor que sôo
Mas, como se fosses mouca
Não escutas meus apelos
Não aceitas meus desvelos
Me lanças palavras loucas
Mas, inda tenho esperança
De tocar a tua boca.
Não a boca tão-somente
Mas também teu coração
Pois não passes de ilusão!
Que não sejas tão temente!
Que não sejas insensível!
Pois tu não és, certamente
Tu és a doce figura
Anjo que habita meus sonhos
Que alegra os dias tristonhos
Ser celeste de candura
Róseos e singelos lábios
Fonte eterna de doçura.