Duas Pobres... Almas

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- I -

Oh! Tu que vens de longe... cansado!
Entre. Aninha-te no meu carinho;
Nunca tive amor. (Sempre tão sozinha!...)
A vida tolheu-me de ser amada!

- II –

O tempo chuvoso enlameia a estrada;
Ah!... Minha alcova tépida!... Um ninho...
— Imploro: - entre -, até quando o caminho
surge no esplendor da alvorada?!...

... E de manhã, quando a luz poderosa
a estrada doirar – horrível e nua! –
podes partir, oh! Amado vaidoso!

Já não sereis só. Nem irás sozinho...
Ficará a doida saudade tua;
Irá contigo a lembrança minha!...

Machado de Carlos
Enviado por Machado de Carlos em 28/12/2008
Código do texto: T1356056