Partida
A indiferença magoa
O silêncio devasta
A razão alerta:
Afasta-te!
O coração insiste
Resiste.
Os sentimentos se embaralham
Os sentidos se atrapalham
Vejo o que não ouço
Ouço o que não enxergo
Sinto o que não toco
Toco o que não existe.
A razão persiste:
Esquece!
O coração reage
Mas enfraquece.
A incerteza invade
O coração despenca
Desfalecido tenta, mas não consegue.
A razão repreende: eu avisei!
Num último suspiro o coração responde:
Morro de emoção, porque à razão não escutei.
Na lápide, o seu adeus ficou gravado:
“Jaz aqui um órgão irracional que partiu sem saber pra onde. Levando consigo somente uma certeza: a razão de existir foi ter amado”.