Cor poética
Retomo as tintas do poema adormecido
há dias, perdido entre sedas e arminho.
Palavras que foram esquecidas na dor
da alma por onde vagueiam
sentimentos e lágrimas.
Resgato do fundo das paixões
silentes a forma, a escrita que
apenas e tão somente não
registre, mas transforme-se
na raiz fecunda do que seria amor.
Como o tempo que a tudo
sobrepuja e deixa nas entrelinhas
da vida perpassar doridamente
sensações distraídas na
angústia do peito.
Onde há o coração imperfeito
nas fases certas aqui
repousadas, melifluamente.