SONIFERO
chego..respiro...bato na porta
abre secom um olhar de mau cheio de controvérsias com a face repleta de candura de criança levada
como quem não tem nada a ofertar
meneia a cabeça e faz num murmúrio o “oi” sintético, pálido e frio
um beijo sem algo mais
como você mesmo diz: frio sem sentimentos
analisa , estuda, comprova cada espaço meu,
as vezes ou sempre não sei o resultado dessa avaliação
tento ler...mas em vão...e tanto mistério
que não tenho como fazer a leitura...
foge da minha compreensão
passa algum tempo...você me convida para ficarmos juntos
solicita, ordena, manda
e eu cheia de vontades de estar entre teus braços e abraços...
com um olhar de quem só quer se dar
e que não espera nada mais em troca
vai se achegando, se acarinhando
percorrendo espaços, fazendo longo o percurso
trancando a ampulheta do tempo a não se esvair
entre um suspiro e um murmúrio
vamos nos encontrando
entre a pele sedosa e os dedos sedentos
a boca esfomeada
vamos nos completando
conseguimos nos encontrar a cada momento
seja qual for o jeito
a busca pela plenitude do instante
repleto de acarinhamento
nada...mas nada mesmo e percebido
fora daquele instante
conquistamos cada gota de suor
transformamos em caricias e desejos
... a ampulheta do tempo!
e num acordar do sonho...
vencemos o dia vem chegando...
algumas falas complementam o êxtase
- bom dia!! que foi que você me deu? foi sonífero?
penso em responder...– foi amor meu anjão!! mas calo...