A cidade sem amanhã *
A cidade sem amanhã
Era uma cidade como outra qualquer,
Até que profetizou um astrólogo:
“Não viveremos até amanhã”.
A maioria dos cidadãos
Não deu importância
À tão incerta previsão.
Mas houve uns que, sabendo
Que só lhes restavam
Apenas um dia de vida,
Criaram uma coragem tão firme
- mas que sempre existira,
só que nunca fora desperta -,
E resolveram amar,
Com todas as forças que tinham,
Até os últimos instantes de suas vidas.
Os tímidos se declaravam para seus amores,
Os insensíveis se corrigiam,
Os arrogantes perdoavam as falhas alheias,
De tal modo que todos esses
Amaram neste dia
Tudo o quanto não amaram
Durante toda a vida.
E quanto mais a alvorada
Aproximava-se da cidade,
Mais os amantes diziam
Tudo que sempre quiseram dizer
- mas antes não se permitiam.
Perdoaram tudo que sempre precisaram perdoar
- mas antes temiam.
E se entregaram de todo,
Como sempre quiseram fazer.
E quando as palavras se acabaram,
Os amantes se fitavam,
Iluminados pelos seus últimos raios de sol.
E quando o sol nasceu
Na cidade sem amanhã,
Já não havia ninguém nas ruas,
Ninguém nas casas,
Ninguém na cidade.
Só restara o amor.
(publicado em: Palavra é Arte-Poesia, 2014)
Publicado em “Minha Hora Preferida - antologia poética”, disponível aqui em formato E-Book.
A cidade sem amanhã
Era uma cidade como outra qualquer,
Até que profetizou um astrólogo:
“Não viveremos até amanhã”.
A maioria dos cidadãos
Não deu importância
À tão incerta previsão.
Mas houve uns que, sabendo
Que só lhes restavam
Apenas um dia de vida,
Criaram uma coragem tão firme
- mas que sempre existira,
só que nunca fora desperta -,
E resolveram amar,
Com todas as forças que tinham,
Até os últimos instantes de suas vidas.
Os tímidos se declaravam para seus amores,
Os insensíveis se corrigiam,
Os arrogantes perdoavam as falhas alheias,
De tal modo que todos esses
Amaram neste dia
Tudo o quanto não amaram
Durante toda a vida.
E quanto mais a alvorada
Aproximava-se da cidade,
Mais os amantes diziam
Tudo que sempre quiseram dizer
- mas antes não se permitiam.
Perdoaram tudo que sempre precisaram perdoar
- mas antes temiam.
E se entregaram de todo,
Como sempre quiseram fazer.
E quando as palavras se acabaram,
Os amantes se fitavam,
Iluminados pelos seus últimos raios de sol.
E quando o sol nasceu
Na cidade sem amanhã,
Já não havia ninguém nas ruas,
Ninguém nas casas,
Ninguém na cidade.
Só restara o amor.
(publicado em: Palavra é Arte-Poesia, 2014)
Publicado em “Minha Hora Preferida - antologia poética”, disponível aqui em formato E-Book.