Entre carnes

Sou da carne a carne crua

e dos desejos a presença tua

e do amor tudo o que nos for verdade.

Acho-me quando pouso em teus braços,

sinto-me bem sentido.

Se peco é por necessidade,

minha alma me ensinou a ter cuidado,

mas é o coração quem me testa desavisado.

Se amar-me for teu preceito alegre,

abre-me a carne que minha alma cede

e juntos poderemos amar de verdade.

Sou da carne o que na carne há,

pouso sem asas em qualquer lugar,

mas roubo a primeira que me fizer bem desejado.