ARDENDO POR TI
Estou completamente chamuscado e cinzas eu seria, não fosse o regar de teus ósculos;
Meus muros de retenção não passam de destroços, teu vulto é visita corriqueira;
Asas que partem a trasladar as estribeiras, sede maior que o mais profundo dos poços;
Todos os “eus” que estão em ti são nossos, o prazer é chuva quando nosso leito é fogueira!
Meus olhos te rastreiam pelo néctar das flores, meu animal te caça na hora da fome;
Em nós há muito que o desejo já não é sobrenome, posto que nos renomeamos labaredas;
Eu sou teu bicho agricultor adormecido em sedas, algo abastecedor que te consome;
Queima feliz de amor teu apaixonado homem, e que de si se dá além ao que dele te concedas!
“Quando verdadeiramente ama um homem, seu coração é mar em chamas”