Quem somos?
Quem sabe, ser feliz um dia eu possa
depois que toda dor se for embora
e apenas por amor eu viva?
Hei de saber quando me for a solidão
qual a cor de um homem feliz
que tudo ouve e nada diz
para ser em si um silêncio desnotado.
Talvez eu possa, sim, quem sabe,
ser o outro desejado em mim
o que não é triste, o que sorri,
sem qualquer dor sentir no peito que o maltrate.
Mas, enquanto não for o que sou,
ser-me-ei em ti os outros dois
que pensam ser algo depois,
o que hoje apenas é em mim um outro esquisito.