Cúmplices

Eras ostra, eu noz

por entre vãos do chão

refrátil, em brilho e pós

Éramos sós, um sussuro já

Apenas brilho terno no olhar

Deu-me a mão e o coração

Nos envolvemos tanto

Que éramos um, apenas e sós

Nem sombra, nem luz

O aro, o vão mesmo do anelo

Começamos por onde finda tudo

A paixão quente, o amor sem razão

Mais não nos dissemos, apenas fizemos.

em pleno mar, à luz do dia, o que se devia

todas as dúvidas postergadas à madrugada.