ROMANTISMO

A fim de que se alastrem pelos sonhos todos os meus devaneios;

Assédios sem mínimos rodeios tilintam nos cristais de teu olhar;

Sob o comando de um probo pecar, a promover o incendiar de afãs verseiros;

Dilacerando a solidão com afagos fuzileiros, ondas de anseios se doando ao pilhar!

Fúrias de vícios recíprocos nos sejam gás neônio;

Para açoitar o penumbrar tristonho e hidratar os nossos ébrios beijos;

Frutos doces de nossos lampejos, razão de inspirados sonhos;

Onde coabitam instintos homônimos, a alma se adorna de amor e se despe em desejos!

Rege-se a vida de ambos pelos decantos da íntima sinfonia;

E a pura fineza nos guia por todos os mínimos de seus macros;

Sequer os gestos imperfeitos são fracos, sequer a impossibilidade é tardia;

Mesmo a noite é pujante dia, requintes pelos colóquios e refinados tratos!

Tola versão é o senso que adota o suposto morrer da paixão;

Se um laço rompeu, logo ali muitos outros se dão – e o sonho prossegue;

Ainda que o curso do mar se resseque ou que o sol estacione na escuridão;

Há de prevalecer o coração, a cada sedução que a outra se entregue!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 22/12/2008
Código do texto: T1348729
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