ROMANTISMO
A fim de que se alastrem pelos sonhos todos os meus devaneios;
Assédios sem mínimos rodeios tilintam nos cristais de teu olhar;
Sob o comando de um probo pecar, a promover o incendiar de afãs verseiros;
Dilacerando a solidão com afagos fuzileiros, ondas de anseios se doando ao pilhar!
Fúrias de vícios recíprocos nos sejam gás neônio;
Para açoitar o penumbrar tristonho e hidratar os nossos ébrios beijos;
Frutos doces de nossos lampejos, razão de inspirados sonhos;
Onde coabitam instintos homônimos, a alma se adorna de amor e se despe em desejos!
Rege-se a vida de ambos pelos decantos da íntima sinfonia;
E a pura fineza nos guia por todos os mínimos de seus macros;
Sequer os gestos imperfeitos são fracos, sequer a impossibilidade é tardia;
Mesmo a noite é pujante dia, requintes pelos colóquios e refinados tratos!
Tola versão é o senso que adota o suposto morrer da paixão;
Se um laço rompeu, logo ali muitos outros se dão – e o sonho prossegue;
Ainda que o curso do mar se resseque ou que o sol estacione na escuridão;
Há de prevalecer o coração, a cada sedução que a outra se entregue!