Odalisca
Enquanto o céu rodopia estrelas ao redor da tua cintura
a saudade é um pássaro nascido do brilho
das lágrimas da tua ausência de odalisca
que apaga os números agitando o véu
cuja sombra é a estátua da interrogação
O cavalo que espumou pelo sexo toda a delícia
de um desejo que por você era império
foi embora vestindo os olhos
com a capa do mágico
que derrama do cálice
a voz ecoante da sabedoria
nas crateras do caos
Te amar, além da sublime privacidade de chamas
ensinou a escutar dos anjos sussurros que revelam
mais do que segredos, te amar derrama
prazeres loucos nas páginas vazias
do Livro das Revelações, que as almas livres
mais do que entender, cifram do teu sumo
mágias tão deslumbrantemente terríveis,
que te saber os passos ensina:
o infinito sobe em espiral
do teu sexo até onde o desejo
é a areia de ouro de uma praia só de amor