Poema 0648 - Corpos paralelos

O gozo do sentimento vem da alma,

sereno, calmo, invade devagar,

mostra-se na textura da pele,

depois a imagem saiu dos olhos aos outros.

A voz pára no meio do beijo roubado,

tudo fica muito longe, perto as mãos,

que rodeiam o corpo pleno de carinho,

até que os vestígios se mostram no sexo.

O tempo volta milhares de anos da criação,

adentram amantes a catedrais singulares,

um templo invisível aos olhos descrentes,

os véus voam, sinal de amor, caem as vestes.

Corpos amantes se alinham paralelos,

bocas se unem como se falassem uma única voz,

o encontro tem juras postas nas almas,

um êxtase que os pertence percorre louco.

Nenhum outro som neste novo céu de gozo,

o silêncio mostra o brilho do ato,

nenhum segundo passou, nenhuma alma,

apenas o amor ficou entre um e outro amante.

06/04/2006

Caio Lucas
Enviado por Caio Lucas em 06/04/2006
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