ATÉ SANGRAR
Quando meu passo à deriva buscar alguma paz em teu divã;
Arranque de mim esse leviatã que engasga mas não cospe a minha confiança;
Um hemisfério de meu olhar já foi esperança, hoje são ambos vencido titã;
A solidão se tornou-lhes irmã, para entulhar todos os poços de temperança!
Eu não queria que meu ar chegasse a ti tão madrigal;
E perceber meu paladar flertar com o teu sal, numa indução insinuante;
Fujo a essa fascinação por todo instante, preciso ultrapassar o temporal;
E se preciso for enamorar meu mal, assim farei para infertilizar o adiante!
Sei que meus versos elucidam o que descrevem por elipses;
E são difíceis de expor meus hematomas enumerados;
Em ti meus convergentes se acham desencontrados, pois fez meu céu um mar de eclipses;
De tal forma que se me visses, a ti verias nesse reflexo estampado!
De sorte que não sou forte a ponto de me mostrar tão digno;
E sigo qual mendigo ávido pela sorte que nunca chegará;
Permita-me, pois, não te amar e aderir a um viver que não consigo;
Querendo te esquecer prossigo, e luto comigo, até sangrar!