para não falar a palavra amor

Hoje eu te liguei,

e ao ouvir tua voz,

eu chorei...

Chorei por lembrar de tudo que sofri,

que me fizeste sofrer...

e mesmo assim, juraste amor eterno,

no entanto, não mais quer me ver...

Eu, que nada jurei,

Eu, que pedi para calar,

para não falar a palavra amor...

Eu, só eu, ainda choro de saudades...

Eu, me humilho, me arrasto

me faço de surdo, e não ouço tuas reclamações contra mim...

Eu,

só eu, é que calo,

é que ouço e permaneço em silêncio,

mesmo sabendo que você só fala em sentimento,

só diz me amar e nunca me esquecer...

Eu sei que você nunca mais me ligou,

sei que até mesmo me ignorou,

também sei que mesmo sem eu falar essa palavra,

sou o único a realmente sentí-la em meu peito...

Você fala em amor eterno,

mas não suporta me ver,

você fala em não me esquecer,

mas não me liga.

você diz que quer ser minha amiga,

então eu pergunto, escorado na porta, com o fone no ouvido,

seja minha amiga, me ligue mais,

me procure mais...

Você diz que me quer bem,

mas não me quer ao seu lado...

Sou apenas um homem humilhado,

pobre, sem um tostão...

Me lembro bem,

quando em meio a pizza e vinho,

você, comigo ajoelhado entre suas pernas,

me disse... amor não enche barriga e nem põe mesa...

Quanta tristeza,

cadê aquele sentimento puro e bonito?

Cadê aquele sorriso que eu tanto amava?

onde foi que você deixou esse amor que tanto proclama?

Me trocou,

por nada ter para lhe oferecer,

por um serviço onde pudesse ganhar mais...

Mais importante era seu chefe e seu serviço, que eu e o sentimento que dizia,

que sentia...

Onde eramos?

E eu,

tantas vezes quis te fazer sofrer,

mas quem sofreu fui eu...

E eu...

Eu, agora estou sozinho,

tomando vinho,

ouvindo músicas tristes,

lembrando...

só...

lembrando...