OLHOS SELVAGENS
Fui chamado pela polícia
crime após crime de amor por você
virei um anjo sorrindo melodias
pelas bolhas no fundo da piscina
O sol da tarde zumbe
flores escorrem deleites
caule inflado
capacete em chamas berr'aladas
Debaixo da lua
a feiticeira puxa
o fio da estrela
o guardião dorme envolto em plantas
O compasso e a régua
chamam o anjo
para que o estivador
conheça os limites
A meia-noite do amor desenfreado
é nossa pontualidade
nos olhos - além da vertigem
carne e sentidos dispersos
No sexo, ânsia e sublime
mastigam a ganância
misturando os sangues na areia
encharcada pelo polvo qu' liberta
a aurora desmaiada
aos olhos selvagens dos ladrões da floresta