Oi, VOCÊ!
Quando você desapareceu
Por todo esse tempo
Sem dizer, sequer uma palavra
Eu fui caindo no esquecimento
Sentindo medo de ser postergada
Lamentei tanto e, no entanto
Aparece-me agora assim, do nada
Sem nenhuma desculpa esfarrapada
Não sei se estava só me flagelando
E se quis mesmo desaparecer
Deixar-me somente com a saudade
Por que teve então de regressar?
E eu, igual menina obediente
Vou aceitar a sua volta, sim
Talvez até esteja sendo bem ousada
Se na verdade você tem sido usado
Pois eu amo muito viver apaixonada
E isso ninguém vai poder tirar de mim
Pelo muito que amei fui condenada
E não parece ser um bom recomeço
Pois eu bem que mereço ser amada
E uma paixão dessas, não tem preço
Caminhar nas águas sobre as ondas
Cantar canções que só eu posso ouvir
Flutuar no ar igual a um passarinho
Andar no chão salpicado de estrelas
Fazer das nuvens o nosso cantinho
Sei que você nem se deu conta, enfim
Que eu há muito estava lhe dando corda
Para enredá-lo e deixá-lo preso a mim
Eu, na verdade, também me aturdia
Quis ser caçadora, porém virei caça
Pois era o dia da caça e eu não sabia
Ao sentir seu perfume de jasmim
Eu entrei em parafuso e concluí
Que não queria jamais perder você
Pois na verdade era eu quem prendia