Manchas
Tudo o que a vida nos dá
É obvio, merecemos
Merecemos a alegria, a tristeza
Merecemos o desgosto, a infelicidade
Mas, também merecemos o amor.
O amor que desarma o insolente
Que faz falar o tímido
Este amor que penetra em nossas entranhas
Nos invade com artimanha
E mostra a nós,
Sêres naturais
A sua força telúrica.
Bendita, pois, a nossa fraqueza
Que não reluta em aceitá-lo
Como dominador
De nossa resistência.
Presente divino
Que nos traz alegria e felicidade
Que nos fortalece
Quando estamos de frente com a tristeza
Que nos ensina a erguer a cabeça
Que nos ensina a curar
As manchas do corpo,
As manchas da alma
E a não ocultar as manchas
Que deixamos escapar nos lençóis
Por conta
De sua indomada interferência
E desejada manifestação.
O amor é isto,
Algo que nos leva com dignidade
A capacidade do auto-exame
De consciência e individualidade
Nos ensina a valorizar a sua presença
Exaltando-o e perpetuando
A sua força
Que não tem limites.