Manchas

Tudo o que a vida nos dá

É obvio, merecemos

Merecemos a alegria, a tristeza

Merecemos o desgosto, a infelicidade

Mas, também merecemos o amor.

O amor que desarma o insolente

Que faz falar o tímido

Este amor que penetra em nossas entranhas

Nos invade com artimanha

E mostra a nós,

Sêres naturais

A sua força telúrica.

Bendita, pois, a nossa fraqueza

Que não reluta em aceitá-lo

Como dominador

De nossa resistência.

Presente divino

Que nos traz alegria e felicidade

Que nos fortalece

Quando estamos de frente com a tristeza

Que nos ensina a erguer a cabeça

Que nos ensina a curar

As manchas do corpo,

As manchas da alma

E a não ocultar as manchas

Que deixamos escapar nos lençóis

Por conta

De sua indomada interferência

E desejada manifestação.

O amor é isto,

Algo que nos leva com dignidade

A capacidade do auto-exame

De consciência e individualidade

Nos ensina a valorizar a sua presença

Exaltando-o e perpetuando

A sua força

Que não tem limites.

Carlos Borges Caymmi
Enviado por Carlos Borges Caymmi em 17/12/2008
Reeditado em 28/12/2008
Código do texto: T1340689
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